sábado, 29 de dezembro de 2007

Motivo+ação



Fábrica de terror – construção de civis roubados e sabotados.

Autômatos sem pensamentos próprios. Não por opção, mas por opressão

. Calam sem mandar. É a ditadura branca, frente e verso.

E, no meio, o pó da ruina coletiva.

Após muito tempo no limbo resolvo escrever a respeito de aspectos políticos. Digamos que serão pinceladas estratégicas despretenciosas (uma ova de marisco).
"Vá bene"! Muitos fogem do contexto da palavra, achando-se ofendidos pela proposição. Putz, lá vem este cara chato com sua retórica ultrapassada, comunista e agora, ainda por cima, “C r i s t ã o”. Não se emenda não?
Claro que não! A propósito, meus “desemendados” irmãos que postaram comentários sobre a CPMF, vocês deixaram de mencionar as 9.334.294 sessões de hemodiálise bancadas pelo SUS graças a este imposto. Aliás, 15,7 bi. vão para a saúde (51% do imposto); 7,9 bi. para a previdência (25%); e os outros 24% vão para o desenvolvimento social. Não que eu me arvore em favor da batelada de impostos. Entretanto, não dá para se isentar do debate. É muito importante saber com ciência os rumos, os planejamentos estratégicos do país, as discussões econômicas, políticas, estruturais que deveriam arrolar-se em pensamentos, atitudes em nossa cultura, mas que são sonegados, desestimulados e escamoteados por nossa responsabilidade e, em especial, culpa sim, da “ekipeMacroecoômica” dominante na “América Latrina”.
Na minha opinião, só para encerrar momentaneamente este debate no aspecto CPMF, foi de uma irresponsabilidade a votação que a extingüiu, que beira a hipocrisia, prima irmã da ingenuidade (leia-se maldade). Nós somos um país quase que bestial em ignorância, perversidade e hipocrisia. Como diria o poeta: somos caboclos querendo ser ingleses.
A despeito da privatização dos espaços públicos, da venda ou partilha do território com estrangeiros, bem como a incrível situação de colônia das multinacionais que, por trás, defendem projetos estratégicos de Estado como, por exemplo, aumento da arrecadação e domínio tecnológico, da mão-de-obra barata ou gratuita em detrimento do arrocho das gentálias se amealhando junto aos restos que caem das mesas dadas às refeições aparatosas em festins dos quais desconhecem a patuléia, olho para o retrato deste cartão postal e choro sem lágrima nem expressão. Faço como muitos, que são sem o ser. Que riem sem estar ali. Que não choram, porque já se acostumaram. Mas uma coisa ainda ressoa; fica ali dentro um luzinha intermitente, que não deixa dormir em sossego. E a pergunta chave a responder (eu não respondi): por que fingimos ser bom dormir de luz acesa?
Há uma cidadezinha no interior de São Paulo dominada, exclusivamente, por orientais. Por que não torná-la uma republiqueta aparte do Brasil? Que mal haveria em tal feito? Assim como há, desde há muito, aquisições em lugares estratégicos por parte de estrangeiros, que compram lotes de terras onde implementam estudos, extrações de minérios e, não tão longe futuro, quem sabe a água?
Discussões estratégicas de uma nação, comunidade, não existem em nível comum, e sim em castas de classe privilegiada, que de privilégio, no Brasil, soma-se a ignorância ou pior, a burrice. Nossos governantes são burros, mas não quem nos detêm. Estes sabem há muito tempo o que fazem. Acreditem, somos escravos brancos, não pela melanina, mas brancos de cegos à moda Saramago.
As fábricas de abismo que separam trabalhadores comuns desta casta reproduzem a miséria sem reagir. Somos povo pacífico sem ser pacífico. Somos atônitos, sem reação, mas muito violentos. Dirão os números que não surpreendem pela anestesia global, a retórica do choque dos anos de chumbo e antes, do início da terapia do choque, que produz a letargia, hoje chamada (essa onda de choque) de televisão.
Quem trabalha numa empresa privada, por exemplo, pode ter a fina percepção do processo laboral, de um extremo a outro da rede. A fábrica é mais fábrica de idéia de procedimentos, que proprimente objeto direto na cobrança da produção. Aos poucos, o regime vai te envolvendo a tornar você um item que necessita da empresa, não o contrário. Algumas circunstâncias colaboram para esta pressão: numero grande de cadastro de reserva (desempregados) e pouca ou nenhuma perspectiva de melhora em ganhos, condições e futuras disposições em novos setores, empresas etc.
O discurso, claro, é contrário a tudo isso. Para o discurso, são os trabalhadores os incapacitados, não são as condições e culpas de um quadro global, senão este mesmo quadro é que exige capacitação. Vontade de dizer um não tão comportado fala sério! de uma linguagem juvenil e coloquial. Fala sério duas vezes!
A divisão é só do prejuízo. Alguém já viu divisão de lucros entre a patuléia? Só dividem os gastos. Então se o empreendedor (assim é que chamam os que aprendem a linguagem do dinheiro) tem no ano um aumento nos furtos de sua loja, advinhem quem pagará seu prejuízo? Mas a culpa é sempre, no final das contas, ou do mercado ou do empregado. Tanto faz, os dois não poderão se defender. O primeiro não fala, o segundo nunca foi ouvido.
Mas se vocês pensam que vou continuar esse papo, enganam-se, vou dormir. Deixo que aguardem o próximo. Talvez até leiam, senão, fico na estatística fria de mais um blog ativo. Talvez seja importante isso para alguém, afinal, alguém deve ganhar com isso. Sempre ganham, e não sou eu.

Tchaulogo!